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Berço ao túmulo

TDT 1.04 Uma entrevista com o Dr. Adam Carr

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Dr. Adam Carr dirige o Centro de Ciência e Educação do Café no Torradeiras de café Seven Miles  em Sydney, Austrália. Carr trabalhou anteriormente como pesquisador em engenharia química, com foco em tecnologias de água de alta temperatura, por isso foi altamente adequado que ele optasse por transferir essas habilidades para a indústria cafeeira.

 

Dr. Adam Carr (à esquerda) com colega Victoria Feijó (à direita).

 

Em 2018, ele conduziu uma análise de ciclo de vida (ACV) focada na redução do dióxido de carbono (CO2) pegada de um café típico da Austrália. Descreveu algumas mudanças simples que os cafés podem implementar para reduzir significativamente o seu impacto ambiental.

De acordo com esta LCA, até metade das emissões de carbono de um café típico provêm da eletricidade necessária para alimentar a máquina de café expresso. Isto sugere que, dependendo da sua máquina, reduzir o consumo de energia em desligando durante a noite ou mudar para o “modo eco” pode ter um grande impacto no CO2 emissões — e também poupar dinheiro.

A próxima maior contribuição para o CO2 a pegada, em mais de um quarto, vem da quantidade de leite de vaca utilizada. Reduzir o desperdício de leite ou incentivar o uso de alternativas à base de plantas também tem o potencial de reduzir significativamente o CO2 emissões.

Por outro lado, as emissões de copos descartáveis representaram apenas 0,6% do total de emissões calculadas. Estas informações fornecem um exemplo útil de como uma ACV pode ajudar uma empresa a direcionar as intervenções mais eficazes para reduzir a sua pegada de carbono. Você pode ler o resumo completo das descobertas da LCA aqui.

 

 

BH – O que motivou a Seven Miles a realizar uma ACV?

 

AC – Quando comecei na Seven Miles, falava-se muito sobre a sustentabilidade dos copos de papel e o seu impacto no ambiente, mas não encontrei factos fiáveis sobre qual era a pegada de carbono de qualquer parte do processo de produção de café. Então, assim como fiz ACVs em minha vida anterior como engenheiro de pesquisa, fiz uma para obter uma visão mais clara!

 

BH – Vocês trabalharam com consultoria ou utilizaram algum aplicativo, ou calcularam os números diretamente, por conta própria?

 

AC – Eu construí do zero. Como engenheiro químico, meu treinamento é fundamentalmente sobre balanços de massa e energia, que é a maior parte do que são as ACVs, em sua essência. A maioria dos programas também faz suposições que podem ou não ser errôneas, portanto, para evitar resultados falsos e obter maior clareza, calculamos a maioria dos resultados internamente (ou seja, aqueles que ainda não foram publicados em uma fonte confiável).

 

BH – Você mencionou que encontrou avaliações completas do “berço ao túmulo” para alguns processos na literatura, mas outros exigiram algumas suposições e cálculos (por exemplo, envolvendo alimentos para cafés). Onde os dados ainda não estavam disponíveis na literatura, como você estimou ou calculou esses números?

 

AC – Os pressupostos variam significativamente, por isso é difícil dar uma resposta abrangente! Algumas eram simples: tínhamos de assumir a massa de um “ovo padrão”, que tem uma pegada de carbono associada disponível na literatura para, por exemplo, um ovo de 70 gramas. Ficou mais complicado quando precisávamos estimar a energia necessária para cozinhá-lo (suponhamos um queimador de gás natural, queimando em algum pressão da linha, com uma produção de energia padrão, por um determinado período de tempo) e adicione as emissões de carbono disso, além do que é necessário para criar uma galinha poedeira. Este valor foi obtido a partir de uma média de valores de diversos sites e periódicos acadêmicos. As suposições aqui também incluíam se as galinhas eram criadas ao ar livre, criadas em bateria, a alimentação necessária e assim por diante. E isso foi apenas para calcular a pegada de carbono de um rolinho de bacon e ovo! Assim, você pode ver até que ponto a toca do coelho pode chegar com suposições.

Alguns artigos publicados sobre certos aspectos estão disponíveis gratuitamente em sites governamentais (por exemplo, emissões de carbono por BTU de energia produzida em NSW, Austrália), alguns em revistas acadêmicas (por exemplo, valores e análises de medição de ecopontos suíços), e alguns foram apenas calculados com base em Suposições lógicas.

 

BH – O que você faria de diferente se fosse fazer a análise novamente?

 

AC – Estou bastante feliz com os resultados que obtivemos, pois eles pareciam refletir uma análise do ciclo de vida [publicada] disponível para todo o ciclo de vida do café (só analisamos os cafés para o blog, embora eu tenha me aprofundado mais tarde). sobre). Acho que se fizéssemos isso de forma diferente, faríamos alguns experimentos para confirmar algumas das suposições sobre, por exemplo, máquinas – observando os verdadeiros consumos de energia para máquinas de 1, 2 e 3 grupos, trocadores de calor vs. multiboiler, etc., e respalde as suposições com medições do mundo real.

 

BH – Você esperaria resultados semelhantes para todos os cafés?

 

AC – Sim, com base no facto de (conforme demonstrado pelos nossos resultados) mais de 50% da pegada ambiental de um café se dever ao funcionamento de máquinas de café expresso, e publicámos os nossos resultados por quilo de café consumido. . Pode haver uma variação global de até 10% na ACV por café, assumindo que os cafés têm uma diferença de 100% no desperdício de alimentos, mas isso é “pequeno” em comparação com a pegada global.

 

BH – Que conselho você daria às pequenas empresas que desejam entender como minimizar sua própria pegada?

 

AC – De acordo com nossos resultados, recomendamos deixar sua máquina de café em modo inativo durante a noite ou até mesmo desligá-la. Descobrimos que não há uma poupança de custos insignificante (assim como a redução de CO2 economia) disponível, mesmo que faltem 5 horas para o próximo horário de atendimento do café.

 

BH – Que mudanças você fez para melhorar sua sustentabilidade após a realização da ACV? Qual dessas mudanças proporcionou o maior retorno ambiental por dólar?

 

AC – É engraçado, sendo uma torrefação e não um café, a maior parte do que podemos fazer é contar às pessoas o que encontrámos! No entanto, como mencionei, levei a LCA mais longe para analisar toda a cadeia de fornecimento de café e, como torrefação, instalamos painéis solares para compensar todo o uso de eletricidade em nossa operação, e implementamos um saco, uma cápsula de café e programa de reciclagem de xícaras de café. No geral, o desperdício nas torrefações é muito pequeno em comparação com os cafés ou ao nível do consumidor, mas tudo o que pudermos fazer para minimizar a nossa pegada é importante!

 

BH – O uso de energia parece ser a maior fonte de emissões para a maioria dos cafés. Quais são as maneiras mais fáceis para os cafés reduzirem o uso de energia envolvido na preparação do café?

 

AC - De acordo com a resposta acima, usar uma máquina de café com 'modo eco' integrado pode reduzir o consumo de energia em modo inativo em 50%. Isso pode economizar dinheiro e carbono. Da mesma forma, uma alternativa interessante é utilizar máquinas como a Superleite/baríssima para espumar seu leite. Aquece usando resistência bobinas em vez de vapor, portanto, aqui é possível obter economias de energia significativas. Além disso, como distribui leite de forma direta e precisa, há menor desperdício de alimentos, o que pode representar 26% da área ocupada por um café (pelo menos na Austrália). Na verdade, a partir de alguns testes, descobrimos que você poderia economizar 20% no consumo de leite usando sistemas precisos de dosagem de leite, o que alivia o fardo da sua carteira e também do meio ambiente. As melhores soluções sempre têm esse resultado, de course.