O Guia do Comprador de Café para o Brasil

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CBGB – Cultivo, Colheita e Processamento

CBGB 5.01 Explorando a produção de café no Brasil

As áreas cafeeiras do Brasil são vastas e diversificadas, tornando impossível descrever uma fazenda de café “típica” brasileira. A percepção popular das fazendas brasileiras é dominada por grandes plantações mecanizadas. Cafés Ipanema em Minas Gerais, por exemplo, tem alguma pretensão de ser a maior fazenda de café do mundo, com 5.500 hectares de terra produzindo 7.000 toneladas (7.700 toneladas americanas) de café por ano – mais do que toda a produção do Panamá ou da Bolívia.

No entanto, quase 60% do café arábica produzido no Brasil são cultivados por pequenos agricultores em fazendas com menos de 10 hectares (Plataforma Global do Café 2018). Existem grandes variações entre as diferentes regiões em termos dos sistemas típicos de produção e das variedades cultivadas, bem como em factores económicos como a dimensão das explorações agrícolas e o acesso ao crédito (Volsi et al 2019).

Uma pequena fazenda no Brasil produzindo café e criando galinhas

Um fator que diferencia o Brasil de outros países produtores de café é o terreno plano em muitas de suas principais regiões produtoras. Isto permitiu o desenvolvimento de grandes explorações mecanizadas, que se tornaram alguns dos produtores de café mais eficientes do mundo. Os pequenos agricultores, por outro lado, estão geralmente confinados a terras mais marginais, muitas vezes cultivando café em encostas íngremes onde a colheita mecanizada é impossível (Watson e Achinelli 2008).

O terreno plano em grande parte das áreas cafeeiras do Brasil é ideal para a agricultura mecanizada

A indústria cafeeira brasileira foi moldada por uma onda de modernização e consolidação que começou com o colapso do Acordo Internacional do Café em 1989 (ver Lição 0.04). Com a queda vertiginosa dos preços, a indústria foi forçada a modernizar-se rapidamente e a tentar diferenciar-se, quer através da produção de grãos de maior qualidade, quer através da redução do custo de produção.

Para melhorar a eficiência, muitos agricultores adotaram tecnologias e técnicas modernas. Estas incluíram o aumento da densidade de plantação, o aumento da utilização de maquinaria agrícola, o desenvolvimento de novas variedades e a adopção de técnicas de irrigação.